sábado, 21 de maio de 2011

Quando o Homem brinca de ser "deus"

Em algumas ocasiões, surgem pretensos “profetas” – peço licença aos verdadeiros profetas para não ferir a dignidade destes – alardiando loucuras tão somente com um único objetivo: promover suas concepções através do terror. Desde sempre o fim do mundo ronda a mente dos homens e sempre datas são agendadas.

Estou aqui vivo, com meu computador, digitando essas frases exatamente no dia em que foi anunciado o fim da raça humana por um grupo que se diz religioso. Entretando não passa do desejo de brincar de deus que tenta o Homem em suas fraquezas. Não são raros os que alimentam o desejo de serem deuses, loucura medíocre abastecida por interpretações erradas e pessoais de escritos sagrados. Nessa ânsia desenfreada por uma espiritualidade e conformação que muitos andam, a oferta de um alívio rápido, mesmo que extremo para dores soa de modo aceitável.

São perdidas oportunidades e tempo. Quando qualquer projeto se alinha ao fanatismo o fim será inexoravelmente permeado por concepções extremistas. Se apoiar numa religiosidade para repercutir idéias distorcidas sob o véu de uma devoção. Brincar de deus tem por resultados tudo o que é deplorável na conduta humana.

A religiosidade quando bem alicerçada não se prende a eventos, mas numa constante doação. A vivência de uma fé tem por raiz os frutos, ações. A fé madura não é a do livro, mas sim a da prática. Há inúmeras formas de crer, que devem certamente levar para o amor ao próximo.

Quando o homem brinca de divindade arrisca a prever o caos. Se torna um caos para a sociedade e alimenta seu egocentrismo na ruína alheia.  Antes de profecias, o nosso mundo precisa de novas idéias em ação.

Quem vai ditar o fim desse mundo será o rumo  que a humanidade tomar. Não será algo extraterrestre. Está nas mãos dos homens a continuidade de sua própria espécie.

Brincar de deus não é humano. É uma afronta a própria inteligência.

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